O que seria da zona oeste sem o Minhocão?

Para muitos, não há como imaginar a cidade e a zona oeste sem o Elevado Presidente Costa e Silva, popularmente chamado de Minhocão. Outros acreditam que o local possui muitas vantagens.

A via expressa elevada que liga a região da Praça Roosevelt, no centro da cidade, com o Largo Padre Péricles, em Perdizes, foi inaugurada em 1970 como forma de o intuito de desafogar o trânsito, que por cortar regiões centrais da cidade, não poderiam ser alargadas para ampliar sua capacidade.

Naquela época, o trânsito da cidade já era caótico (nem perto do que é hoje) e engenheiros imaginaram essa solução, que tem 3,4 mil metros. Infelizmente não se imaginou que ela poderia vir acompanhada de outros pontos negativos, como a desvalorização de imóveis, abandono e a poluição, que viria com o maior número de veículos transitando nela no decorrer de décadas.

O Minhocão nunca foi uma unanimidade. Segundo pesquisa recente do Datafolha, 76% dos paulistanos são favoráveis à via e 7% querem a demolição da estrutura. Dos que são favoráveis à manutenção, 23% querem que ela vire um parque – exemplos assim estão espalhados pelo mundo.

O Plano Diretor Estratégico (PDE), recentemente aprovado prefeito Fernando Haddad (PT), prevê a desativação progressiva. Mas como fazer com que o trânsito entre o Centro e a zona oeste não seja afetado? Sem dúvida, os imóveis em seu entorno seriam valorizados com a sua demolição, aliás, se criariam excelentes oportunidades de mercado sem o Minhocão. Mas como fazer isso e, ao mesmo tempo, não impactar no trânsito da cidade toda?

São muitas as perguntas e soluções, mas uma definição ainda pode demorar muitos anos. O mercado, os moradores e a municipalidade toda da cidade estão de olho e quer participar das discussões. Inúmeros projetos existem e já foram apresentados. Muitos viáveis, outros somente em sonho. Enquanto isso, a cidade aguarda.