A tradição vence em City Lapa

Em um mercado que cada vez mais a tendência é de prédios altos, com muitos pavimentos e o máximo de unidades para atender demandas de compradores, recente decisão da de São Paulo vai contra a maré e mostra que tradição ainda conta. Depois de 19 anos, foi, enfim, determinada a demolição de um condomínio no City Lapa - área nobre da Capital.

Assim como os Jardins e o Pacaembu - só para ficar em dois exemplo mais próximos - o City Lapa faz parte de um grupo de loteamentos criado pela Cia. City na primeira metade do século 20. À época não se previam muitos prédios e os poucos que se podiam construir não poderiam ter mais que dois andares. O prédio em questão teria 25 metros de altura e a previsão de nove andares. Ou seja, feria completamente as regras da empresa, o que poderia prejudicar a preservação da região e o padrão paisagístico e ambiental do bairro, que seguia e segue o exemplo dos bairros-jardins criados na Inglaterra - modelos para esses projetos.

A ação civil pública pela não realização da obra foi perpetrada pela Associação de Amigos e Moradores pela Preservação do Alto da Lapa e Bela Aliança (Assampalba) e o Movimento Defenda São Paulo. Agora, a empresa construtora tem de demolir o esqueleto e será construída uma casa no local.

O mercado é ativo, mas não deve ferir legislações. Deve, sim, respeitar e tirar o melhor proveito de características locais. Diminui um possível lucro, mas preservar a história da cidade e suas características mais marcantes, afinal São Paulo tem história. Uma bela história cujo dever do segmento é preservar.